Resumo
Com o veto do Executivo federal à distribuição gratuita de absorventes, a pobreza menstrual virou objeto de discussão na agenda pública. Por trás da negativa em obrigar o SUS a fornecer o produto a mulheres em situação de vulnerabilidade social estão uma série de argumentos que vão de encontro às políticas de saúde da mulher e, em última instância, à dignidade humana. Para a professora do Departamento de Saúde Coletiva da UnB, Rosa Carneiro, o problema é resultado de uma "política de cancelamento" das mulheres e do corpo feminino que reflete a ascensão de regimes ultraconservadores na América Latina.