Título
Tirando de letra: Maíra Valério
Autor / organizador
Maíra Valério
Resumo
Jornalista brasiliense e criadora do blog Vulva Revolução, Maíra Valério fez sua estreia na literatura com "Homens que nunca conheci" (2021), livro de contos publicado pela editora Patuá. Em contraponto à abundância de obras que definem as mulheres, da descrição física até a psicológica, a escritora buscou o inverso e, em seus contos, fantasiou e refletiu sobre ser homem. Ao Tirando de Letra, Maíra Valério, que se apresenta como extrovertímida, falou sobre masculinidade, seus personagens, produção literária e o processo de se autorizar como escritora.
Destaques:
00:58 - Esse livro "Homens que nunca conheci" fala um pouco de temas contemporâneos a partir de pontos de vista diversos, mas que convergem nessa masculinidade tóxica.
01:58 - Eu sempre escrevi, mas eu sou jornalista e acadêmica, então a minha escrita ficcional ficava um pouco de lado.
02:20 - Eu vejo que a gente tem muita coisa sobre mulheres. O que as mulheres são, o que as mulheres querem. Eu até discuto isso no próprio livro. E o livro fala muito disso. Homens que eu nunca conheci estão sempre definindo quem eu sou. E eu acho que a gente sempre passa por isso, por uma literatura que fala como é a mulher, desde a descrição física até a psicológica. E às vezes é um tom estereotipado, mesmo que bem escrito. Aí eu quis fazer o inverso.
03:59 - Meu muso inspirador é um pai de família, barrigudo, alcoólatra, careca carregando o peso do mundo nas costas sem ter com quem dividir e aí acaba virando essa pessoa inchada de tanto sentimento represado.
05:18 - Leitura de um trecho do livro.
07:55 - Lá no fundo, é também sobre escrever. Quando eu estava escrevendo, não era só sobre sexualidade, sobre amor. Era também sobre a mulher escrevendo.
10:20 - Acho que no livro eu consegui condensar tudo. Todas as minhas experiências e todos os meus tipos de estudos, formais ou informais, eu consegui dar uma processada neles e transformar na minha primeira obra ficcional.
15:45 - Eu odeio essa palavra, mas é isso, eu sou muito perfeccionista. Teve um conto que eu escrevi como homem, mulher, na terceira pessoa, na primeira, escrevi de todas as formas possíveis e aí depois fui tentando dissolver para não ter nenhum gênero impresso. Ele foi meu experimento nesse sentido.
16:12 - Esse livro nasceu das brechas. Estudando pro mestrado, não queria mais e ia escrever. Eu até brinco que foi uma procrastinação criativa.
18:00 - Publicar é até o mais fácil. Difícil é circular, distribuir. E aí você falou da Hilda Hilst. Ela já falava disso.
21:11 - Leitura de um trecho do livro.
Palavras-chave
literatura | mulheres na literatura | masculinidade
Tipo de conteúdo
Programa de TV
Data
2022-08-22
Território
Abrangência
Nacional