Resumo
Antes jornalista e redatora publicitária, hoje escritora. Ao programa Tirando de Letra, Giovana Madalosso conta que só passou a existir por inteiro quando começou a publicar seus livros. A obra de estreia é Teta Racional (Grua, 2016), cujos contos abordam a experiência com a maternidade. Logo depois, vieram os livros Tudo pode ser roubado (Todavia, 2018) e Suíte Tóquio (2020). Antes de ir para o papel, a escritora se aprofunda nas personagens, buscando conhecê-las "por dentro", com define. E para isso, aposta em "técnicas malucas", como a construção de playlists para as personagens. Nesta edição do Tirando de Letra, Giovana Madalosso aborda sua estreia na literatura, o processo de escrita e o árduo caminho da publicação.
Destaques:
01:53 - "Acho que eu vim com uma energia represada porque esse livro que você mencionou, "Teta Racional", eu achei que ninguém ia ler (...) E foi um livro que escrevi muito na angústia materna, ali eram coisas que eu precisava pôr pra fora e naquele momento nem me interessava se alguém ia ler ou não. Eu só queria mesmo escrever".
03:06 - "Mas eu acho que são coisas que vieram desses anos que eu queria tanto falar e eu queria tanto contar essas histórias e ainda não estava publicando. Então eu acho que ainda vou ficar assim por muitos anos, escrevendo as histórias que não escrevi antes".
03:57 - "Claro que eu queria publicar desde sempre, mas a gente sabe que a publicação é um caminho árduo. (...) Por sempre ter desejado ser escritora e que as pessoas lessem o que eu escrevia, aos 37 anos, que foi mais ou menos essa idade que eu publiquei, a sensação que eu tive foi que eu passei a existir por inteiro nesse momento. Então foi uma vida minha que começou a partir daí. E o que eu posso dizer é que hoje eu me sinto muito mais plena por isso".
05:17 - Leitura de um trecho do livro Suíte Tóquio.
07:04 - "Escrever na primeira pessoa é como me sinto mais cômoda. A principal pergunta que um escritor deve se fazer é quem narra. Isso é o que mais transforma e define como o livro vai ser".
08:23 - "Um livro que começa de uma maneira muito cômoda, eu não acredito muito num livro desse. Um livro tem que te desafiar, te levar pra frente".
11:15 - "Conheça seu livro antes de escrever. Então antes de ir pro papel, é assim, se aprofundar muito no personagem, às vezes sabendo coisas do personagem que você nem vai usar na história, mas que você sabe porque aquilo lá dentro vai te dar domínio. (...) E aí eu tenho umas técnicas meio malucas. Eu faço playlist para os personagens porque eu tenho essa coisa que é você abordar o personagem por dentro".
15:03 - "A ordem dos contos também conta uma história".
17:00 - "Apesar de eu ter sido roteirista e eu gostar de cinema, o cinema nem sempre fez parte da minha vida. (...) Eu vi poucos filmes na minha infância e na adolescência".
19:20 - "Uma pessoa para escrever precisa acreditar na própria voz. Você não vai procurar um papel e escrever se você não achar que tem algo válido para dizer".
21:34 - Leitura de um trecho do livro Suíte Tóquio.
