Acessibilidade linguística do sistema de proteção social brasileiro para (i)migrantes, indígenas e surdos no contexto da pandemia de Covid-19
Autor / organizador
Rozana Reigota Naves | Sabine Gorovitz | Thiago Costa Chacon | Marina Maria Silva Magalhaes | María Carolina Calvo Capilla | Roberta Cantarela | Susana Martínez Martínez
Título da ação de extensão, pesquisa ou ensino associado
Consequências da pandemia de Covid-19 para estrangeiros (imigrantes e refugiados), indígenas e pessoas com deficiência: como tornar o sistema de proteção social responsivo a choques
Resumo
A pandemia de Covid-19 agravou as desigualdades sociais no Brasil, particularmente no
caso de estrangeiros (imigrantes e refugiados), indígenas e surdos, em grande parte
excluídos dos programas de proteção social. Os grupos citados apresentam especificidades linguísticas, culturais e educacionais que constituem barreiras de acessibilidade às informações e aos mecanismos de proteção social e políticas públicas, geralmente divulgados em língua portuguesa, que não é a primeira língua desses grupos. Esta apresentação traz os resultados parciais do trabalho desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Letras da Universidade de Brasília, na área de português como segunda língua e/ou língua estrangeira/adicional, em torno da implementação de um aplicativo de comunicação linguisticamente inclusivo para uso das autoridades e dos solicitantes de serviços que não falam português. O aplicativo pretende reunir diversos recursos linguísticos e tradutórios: banco de intérpretes (com geolocalização para rápida mobilização ou intervenção remota); glossários multilíngues e informações institucionais (locais de atendimento, endereços em geral, etc.) e informações legais referentes aos direitos humanos nas várias línguas. A implementação desse sistema alicerça-se em pesquisas com foco na acessibilidade e mediação linguística e intercultural (Pöchhacker, 2004; Hale, 2007) e nos estudos sobre a expansão e adaptação dos sistemas de proteção social para acomodar maiores necessidades e pessoas (Wiggins e Keats, 2014). No caso dos grupos que este projeto abrange, faz-se imprescindível que os sistemas considerem o contexto de bilinguismo e biculturalidade a que (i)migrantes, indígenas e surdos estão submetidos, bem como os aspectos educacionais e socioeconômicos envolvidos. Os resultados refletem aspectos centrais da metodologia do trabalho, como a formação de redes de intérpretes e de formadores de intérpretes, um concurso aberto de tecnologia (“Hackathon”) para o desenvolvimento do aplicativo por equipes multidisciplinares e o banco de dados que reúne informações e conteúdos multilíngues sobre ações e cuidados com a saúde pública.
Ampliação da oferta e melhoria da qualidade da educação básica | Melhoria da saúde e da qualidade de vida da população brasileira | Ampliação e fortalecimento das ações de democratização da ciência
ODS relacionado
1 Erradicação da pobreza | 4 Educação de qualidade | 5 Igualdade de gênero | 8 Trabalho decente e crescimento econômico | 10 Redução das desigualdades | 16 Paz, Justiça e instituições eficazes | 17 Parcerias e meios de implementação