Resumo
Os dispositivos eletrônicos de fumar (DEF) foram desenvolvidos inicialmente com o intuito de ser uma alternativa para àqueles que estavam buscando parar de fumar. Sabe-se que o tabagismo e a exposição passiva ao tabaco são fatores de risco importantes para as principais doenças crônicas que acometem os indivíduos fumantes, com muitos malefícios a saúde, bem como elevadas taxas de morbidade e mortalidade. Entretanto, os cigarros eletrônicos vêm atraindo cada vez mais indivíduos, e têm se tornado cada vez mais populares, principalmente na população jovem. Ao contrário do que se pretendia, os DEF vêm apresentando um alto potencial gerador de danos à saúde, já tendo reconhecido sua doença específica, denominada: Injúria pulmonar relacionada ao uso de cigarro eletrônico ou vape (EVALI “electronic cigarette or vaping product use–associated lung injury”). Os mecanismos de ação, bem como aspectos fisiopatológicos permanecem em rota de desvendamento. No entanto, o uso desses dispositivos caiu no gosto da população mais jovem, influenciados por redes sociais e pelo apelo da maior flexibilidade de uso em ambiente público, maior aceitação devido aos diversos “sabores/cheiros” e uso em massa, o que leva ao uso por pertencimento ao meio. Os DEF têm contribuído para a iniciação do jovem ao tabagismo, pelo uso do tabaco na composição do vaporizador, bem como a grande possibilidade de associação com a maconha. Totalmente inverso ao que fora proposto de início. No Brasil a Agência Nacional de Saúde (Anvisa) por meio da RDC 46/2009, proíbe a comercialização, importação e a propaganda de quaisquer DEF, contendo ou não nicotina. No entanto, há baixa fiscalização e tais dispositivos podem ser adquiridos com certa facilidade até pela internet. Assim, percebe-se uma demanda cada vez maior por busca de conhecimento científico sobre o assunto, bem como difusão daquilo que já se sabe sobre o assunto.